quinta-feira, 31 de maio de 2012

1934 NO CINEMA

Clark Gable e Claudette Colbert pedindo carona pelos Estados Unidos e descobrindo o amor. Foi a dupla mais vitoriosa de 1934, já que juntos garantiram o Oscar de interpretação e o filme, Aconteceu Naquela Noite, todas as estatuetas mais importantes. Mas houve outras duplas marcantes. Dita Parlo, a favorita de Madonna, enloquecendo Jean Simon em O Atalante, Fred Astaire e Ginger Rogers dandçando Night and Day em A Alegre Divorciada, William Powell e Myrna Loy como Nick e Nora em A Ceia dos Acusados, Jeanette MacDonald e Maurice Chevalier vivendo um amor de opereta em A Viúva Alegre, Boris Karloff e Bela Lugosi juntos para assustar em O Gato Preto, Tarzan (Johnny Weissmuller) e Jane (Maureen O'Sullivan) colocando o amor à prova e O Gordo e o Magro fazendo rir em Era Uma Vez Dois Valentes.

TAMBÉM BRILHARAM: John Barrymore, Carole Lombard, Robert Donat, Claude Rains, Leslie Howard, Merle Oberon, Robert Flaherty, Marlene Dietrich, Alfred Hitchcock, Peter Lorre, Bette Davis, Fredric March, Cecil B. DeMille, King Vidor, Margaret Sullavan, Will Rogers, Isa Miranda, Josephine Baker, Shirley Temple, Mae West, Dick Powell, Chester Morris, Greta Garbo, Fritz Lang, Ramon Novarro, Barbara Stanwyck, Joel McCrea, Jean Harlow, Lionel Barrymore

NASCERAM: Elias Gleizer, Augusto Cesar Vanucci, Zacarias, Otar Iasselani, Alan Bates, Barbara McNair, Renato Salvatori, Alan Arkin, Richard Chamberlain, Ian Richardson, Shirley MacLaine, Ruben Aguirre, Sidney Polack, Claude Berri, Darlene Conley, Adriano Reys, Louise Fletcher, João D'Ávila, Gianfrancesco Guarnieri, Sophia Loren, Brigitte Bardot, Hector Gomez, Flávio Migliaccio, Glória Menezes, Garry Marshall, Jamshid Mashayekhi, Judi Dench, Maggie Smith

MORREU: Jean Vigo

O Atalante

FICHA TÉCNICA
Título original: L'Atalante
França
preto e branco
Direção: Jean Vigo
Roteiro: Vigo, Jean Guinée, Albert Reara
Elenco: Michel Simon, Dita Parlo, Jean Dasté, Jules Margarittis, Jules Lefebvre
Duração: 89 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Jean, jovem capitão de uma barcaça a motor chamada de Atalante, casa-se com Juliette, filha de camponeses. Mal a cerimônia acaba e os dois vão viver embarcados, navegando pelos canais de Paris. Há uma crise entre os dois, Juliette foge para a vida noturna parisiense.

A breve cena mostra o encontro dos dois amantes, na chegada do Atalante. Depois será só desencontro, com Jean entrando em depressão profunda. O estilo seco de Jean Vigo dirigir causou enorme impressão e o filme é cult até agora.

E POR FALAR NISSO...

Quem é Dita Parlo? Foi o que se perguntaram os fãs de Madonna quando, no álbum Erótica, ela assumiu a persona e o nome da atriz. Na cena ela aparece de noiva na barca, o que rendeu o cartaz do filme. Nascida na Alemanha em 1908, Grette Gerda Konstädt (seu verdadeiro nome), atuou em 29 filmes, mas sua fase de ouro foi mesmo nos anos 30. Morreu aos 63 anos, em Paris.

Aconteceu Naquela Noite

FICHA TÉCNICA
Título original: It Happened One Night
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Frank Capra
Roteiro: Robert Riskin, Samuel Hopkins
Elenco: Clark Gable, Claudette Colbert, Walter Connoly, Roscoe Karns, Jameson Thomas
Duração: 105 minutos
Gênero: comédia

Sinopse: Uma jovem mimada resolve fugir de casa após seu pai não concordar que ela se case com um playboy. É quando ela encontra um charmoso jornalista que acaba lhe passando algumas lições de vida.

Apesar de o roteiro dizer que era ela quem aprendia lições com o jornalista, nesta cena, a mais famosa, era a garota quem ensinava a melhor forma de conseguir carona. A química em cena entre Gable e Colbert é perfeita, assim como o roteiro e a direção, e virou um marco entre as comédias românticas, com passagens imitadas até hoje.

E POR FALAR NISSO...

Aconteceu Naquela Noite foi o grande vencedor do Oscar, com cinco prêmios: filme, diretor, ator, atriz e roteiro. Essa marca do Big Five, as cinco principais estatuetas, só foi igualada em 1975, por Um Estranho no Ninho, e depois em 1990, com O Silêncio dos Inocentes.


A Suprema Conquista

FICHA TÉCNICA
Título original: Twentieth Century
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Howard Hawks
Roteiro: Ben Hecht e Charles MacArthur, com base na peça de Charles Milholland
Elenco: John Barrymore, Carole Lombard, Walter Connoly, Roscoe Karns, Ralph Forbes
Duração: 91 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Um diretor teatral transforma uma bela e talentosa corista na mais nova sensação dos palcos da Broadway. Cansada do autoritarismo de seu criador, a garota resolve ir para Hollywood, onde rapidamente se consagra como uma grande estrela de cinema.

John Barrymore era o diretor teatral e Carole Lombard a estrela em ascensão (o que ela também era naquele momento na vida real). Quando ela migra para o cinema, ele acaba encarando fracassos e tem de enfrentar os credores. Sua última esperança é convencê-la a atuar em mais uma peça.

E POR FALAR NISSO...
Clipe em homenagem ao ator John Barrymore, um dos mais representativos da primeira era do cinema americano. O clã Barrymore, que se prolonga até hoje com Drew, dominou o cinema mudo. A canção é Don't Look Bak Into the Sun, com The Libertines..

A Ceia dos Acusados

FICHA TÉCNICA
Título original: The Thin Man
Estados Unidos
preto e branco
Direção: W.S. van Dyke
Roteiro: Albert Hackett e Frances Goodrich
Elenco: William Powell, Myrna Loy, Maureen O'Sullivan, Porter Hall, Nat Pendleton
Duração: 93 minutos
Gênero: comédia

Sinopse: Um casal formado por Nick e Nora Charles (William Powell e Myrna Loy) resolve investigar um caso de assassinato por simples prazer. O filme é uma comédia de mistério que deu origem a uma série cinematográfica na primeira metade do século 20.

Fez grande sucesso e marcou o início de uma série com mais cinco filmes, todos produzidos pela MGM. Nick e Nora se envolviam nas mais estranhas aventuras sem nunca perder o charme. Marcou Powell e Loy como um casal nas telas, mesmo sem serem marido e mulher na vida real. Há notícias de que Johnny Depp quer fazer um remake.

E POR FALAR NISSO...

O clipe faz uma coleção de vários momentos "alcoólicos" da dupla. Os dois, especialmente Nick, eram chegados a uma bebidinha. Nunca foram etilicamente corretos.


O Conde de Monte Cristo

FICHA TÉCNICA
Título original: The Count of Monte Cristo
Inglaterra
preto e branco
Direção: Rowland Lee
Roteiro: Philip Dunne, Rowland Lee e Dan Totheroot
Elenco: Robert Donat, Elissa Landi, Louis Calhern, Sidney Blackmer, Raymond Walburn
Duração: 113 minutos
Gênero: aventura

Sinopse: Edmond Dantes (Robert Donat) está prestes a se casar com Mercedes (Elissa Landi), depois de receber uma promoção, mas acaba sendo vítima de uma armação e é condenado à prisão perpétua. Após vinte anos ele escapa e espera se vingar de todos os responsáveis por sua prisão injusta.
A produção inglesa fez grande sucesso, entre outras coisas, por ser fiel ao clima do romance de Alexandre Dumas. Aliás, a obra é uma das mais adaptadas para as telas. Há registo de mais de 80, total ou parcialmente inspiradas, e em países tão diversos como Japão, Bélgica, Portugal, Rússia, Venezuela ou Suécia.

E POR FALAR NISSO...

A versão mais recente é e 2002. Quem vive Edmond Dantes é Jim Caviezel, que na mesma época havia sido o Cristo de Mel Gibson. O vilão é intepretado por Guy Pearce.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Crime sem Paixão

FICHA TÉCNICA
Título: Crime Without Passion
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Ben Hecht e Charles MacArthur
Roteiro: Ben Hecth
Elenco: Claude Rains, Margo, Whitney Bourne, Stanley Ridges, Leslie Adams
Duração: 70 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Advogado insensível mata a própria amante e forja um álibi para se livrar da justiça.

Os quatro primeiros minutos de Crime Sem Paixão eram impactantes e inovadores para a época. A sequência de delírio foi idealizada pelo artista plástico Slavko Vorkapich. Hecht e MacArthur, os diretores, acabaram ficando famosos como roteiristas de vários filmes de Billy Wilder.

E POR FALAR NISSO...

O inglês Claude Rains, começou no cinema americano em 1933, com O Homem Invisível. Fez grande sucesso em Casablanca, que lhe rendeu uma das quatro indicações de ator coajuvante ao Oscar. As outras foram para A Mulher Faz o Homem, Vaidosa e Interlúdio. Atuou em 77 filmes e morreu em 1967, aos 77 anos.

O Pimpinela Escarlate

FICHA TÉCNICA
Título original: The Scarlet Pimpernel
Inglaterra
preto e branco
Direção: Harold Young
Elenco: Leslie Howard, Merle Oberon, Joan Gardner, Raymond Massey, Nigel Bruce
Duração: 97 minutos
Gênero: aventura

Sinopse: Na França do século 18, aristocrata leva uma vida dupla. Faz-se passar por um nobre afetado e patético para secretamente levar a cabo um plano para livrar a nobreza do reino de terror de Robespierre.

Esta foi a segunda adaptação da clássica história francesa para as telas. A primeira, ainda muda, foi lançada em 1917. Fez grande sucesso e nos anos 30 começaram a ser produzidas uma série de aventuras do gênero, que foi intitulado de capa-e-espada.

E POR FALAR NISSO...

Leslie Howard teve um ótimo desempenho como ator principal. Aqui ele aparece na pele de sua identidade real, o nobre delicado de quem ninguém suspeitava ser o Pimpinela Escarlate.

O Homem de Aran

FICHA TÉCNICA
Título original
Inglaterra
preto e branco
Direção e roteiro: Robert Flaherty
Elenco: Collman King, Maggie Dirrane, Michael Dirrane, Pat Mulin
Duração: 76 minutos
Gênero: documentário

Sinopse: O dia a dia de uma família de pescadores da Ilha Aran, localizada na costa oeste da Irlanda e cercada por um mar enfurecido com violentas tempestades, que de forma heróica busca a sobrevivência em condições desfavoráveis, impostas por uma natureza furiosa.

O documentário representou um bom tempo de convivência entre o diretor e roteirista Robert Flaherty com os pescadores irlandeses. A cena do menino lutando contra o mar raivoso para jogar a isca mostra que a pesca começa desde cedo.

E POR FALAR NISSO...

Belíssimas imagens dos pescadores saindo com seus frágeis botes, a ameaça do tubarão e o voo das gaivotas. A música incidental é The North Sound, do British Sea Power.



A Imperatriz Galante

FICHA TÉCNICA
Título original: The Scarlet Empress
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Josef von Sternberg
Roteiro: Manuel Komrof
Elenco: Marlene Dietrich, John Lodge, Sam Jaffe, Louise Dresser, C.Aubrey Smith
Duração: 104 minutos
Gênero: drama histórico

Sinopse: Uma jovem princesa da Alemanha é enviada à Rússia para se casar com um ambicioso duque. Apesar de não ter gostado de seu marido, simpatizou com o novo lugar e com os soldados russos, tendo um filho. 


O trailer (na verdade uma coleção de imagens ao som de uma música moderna) mostra a sexta parceira em quatro anos entre Marlene e seu mentor, Von Sternberg. Marlene vivia a princesa alemã que se torna imperatriz, tendo de enfrentar antes a família do marido.

E POR FALAR NISSO...

A cena deixa clara a barra que a moça tinha de enfrentar na corte russa. O roteiro mostra que ela não amava o marido, muito menos a família dele, mas se apaixonou pela Rússia.

A Alegre Divorciada

FICHA TÉCNICA
Título original: The Gay Divorcee
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Mark Sandrich
Elenco: Fred Astaire, Ginger Rogers, Alice Brady, Edward Everett Horton, Erik Rhodes
Duração: 109 minutos
Gênero: comédia musical

Sinopse: Guy (Fred Astaire) é um dançarino famoso em turnê pela Europa. Durante uma viagem, conhece Mimi (Ginger Rogers) e os dois se apaixonam. Mas ele nem imagina que ela é casada e em processo de divórcio.

O romance entre Ginger e Fred (que começam a se firmar como dupla) era cheio de reviravoltas e ela chega a confudi-lo com um ator que contratou para fingir ter um caso. O trailer, criado recentemente, tem sons modernos.

E POR FALAR NISSO...

O filme tinha canções criadas por Cole Porter e a mais famosa delas é Night and Day, sucesso até hoje. Momento inesquecível.

terça-feira, 29 de maio de 2012

A Viúva Alegre

FICHA TÉCNICA
Título original: The Merry Widow
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Ernst Lubitsch
Roteiro: Ernest Vajda, Samson Raphaelson, Victor Léon, Leo Stein, Ernst Lubitsch, Marcel Achard, Henri Meilhac
Elenco: Jeanette MacDonald, Maurice Chevalier, Edward Everett Horton, Una Merkel, George Barbier
Duração: 98 minutos
Gênero: musical

Sinopse: Sonia (Jeanette MacDonald) é uma viúva rica que é a maior contribuinte tributária do país. Por isso ela é assediada pelos governantes, que sabem que se ela deixar o país terão um grande prejuízo. Ela irá a Paris, e o embaixador Popoff (Edward Everett Horton) manda junto o conde Danilo (Maurice Chevalier) para acompanhá-la e assegurar-se que ela não se apaixone por ninguém.

Baseado na opereta de Franz Lehar, o filme fez grande sucesso. A dupla Chevalier-MacDonald já havia contracenado em vários filmes e funcionava literalmente por música. Aqui ela canta a ária Time Will Teach me to Forget. O filme ganhou o Oscar de direção de arte.

E POR FALAR NISSO...

Aqui a Orquestra Mantovani interpreta a valsa principal do filme. A produção usou 500 figurantes para os números de dança e foram necessários quatro meses apenas para terminar os figurinos da estrela. Outra curiosidade: no Brasil o corte Príncipe Danilo vem do personagem masculino que, por sinal, era conde.

Imitação da Vida

FICHA TÉCNICA
Título original: Imitation of Life
Estados Unidos
preto e branco
Direção: John M. Stahl
Roteiro: William Hurlbut, baseado no romance de Fannie Hurst
Elenco: Claudette Colbert, Warren William, Rochelle Hudson, Louise Beavers, Fredi Washington
Duração: 111 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Duas amigas viúvas se lançam com sucesso no comércio de panquecas, enquanto ambas vivem em confronto com as respectivas filhas. A filha de uma não aceita ser filha de uma negra e tenta se fazer passar por branca. A outra apaixona-se pelo pretendente da mãe.

Imitação da Vida é um exemplo por excelência do melhor do melodrama, num roteiro em que as emoções estão no auge. Esta cena resume bem: mostra quando a filha mulata rejeita a mãe negra para se dar melhor na vida. Louise Beavers, a mãe, e Fredi Washington, a filha, estão ótimas. Claudette Colbert também estrelava, num ano em que apareceu em Cleópatra e Aconteceu Naquela Noite.

E POR FALAR NISSO...

O sucesso se repetiu em 1959, sob direção de Douglas Sirk, chamado de mestre do melodrama. A cena mostra o mesmo conflito entre mãe e filha, vividas por Juanita Moore e Susan Kohner. Curioso é que Lana Turner vivia a mulher cuja filha rouba seu namorado. E na mesma época a filha da atriz matou seu amante, o mafioso Johnny Stompanato.

O Homem que Sabia Demais

FICHA TÉCNICA
Título original: The Man Woo Knew Too Much
Inglaterra
preto e branco
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Charles Bennett
Elenco: Peter Lorre, Nova Pilbeam, Leslie Banks, Edna Best, Frank Vosper
Duração: 65 minutos
Gênero: suspense

Sinopse: Casal de ingleses tem sua filha seqüestrada após um agente secreto lhes contar, instantes antes de morrer, detalhes de um plano contra um importante diplomata inglês. Em Londres, os dois tentam recuperar sua filha, ao mesmo tempo em que devem dizer o que sabem as autoridades.

Foi um dos maiores (talvez o maior) sucesso de Hitchcock na fase inglesa de sua carreira. Tanto que ele repetiu a produção quando morava nos Estados Unidos. A trama prende a atenção do início ao fim, como o mestre gostava, e Peter Lorre tem um grande momento em cena. A música que acompanha o clipe é Ever Rest, do UNKLE.

E POR FALAR NISSO...

A versão de 1956 tinha James Stewart e Doris Day como o casal que entrava de gaiato no meio da trama política. Além da trama perfeita, conta com a música marcante de Bernard Herrmann.

O Gato Preto

FICHA TÉCNICA
Título original: The Black Cat
Inglaterra
preto e branco
Direção: Edgar Ulmer
Roteiro: Ulmer e Peter Ruric, com base na obra de Edgar Allan Poe
Elenco: Boris Karloff, Bela Lugosi, David Manners, Julie Bishop, Harry Courding
Duração: 65 minutos
Gênero: terror

Sinopse: Em lua-de-mel na Hungria, Joan e Peter Allison dividem uma cabine de trem com o Dr. Vitus Verdegast, que está retornando para as ruínas da cidade que defendeu antes de se tornar prisioneiro de guerra por 15 anos. Verdegast disse que está ali para visitar Hjalmar Poelzig, um velho amigo, mas na verdade se trata de um acerto de contas

O filme marcou o encontro de duas lendas do terror cinematográfico: o húngaro Bela Lugosi e o inglês Boris Karloff. E constra que quase saiu guerra nos bastidores. No placar final, porém, deu empate, com ambos em seus momentos de brilho. A cena é mais centrada em Lugosi, que faz um húngaro como ele, e cheio de mistérios.

E POR FALAR NISSO...

Aqui Karloff tem seu momento protagonista, como sacerdote de um estranho ritual. Foi de fato a primeira vez que eles trabalharam juntos. A história falava sobre uma rivalidade que atravessou muito tempo. E envolve até culto ao diabo. Foi incluído, pelo cineasta John Landis, entre os 100 momentos mais assustadores do cinema.

Tarzan e sua Companheira

FICHA TÉCNICA
Título original: Tarzan and his Mate
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Cedric Gibbons e Jack Conway
Roteiro: James McGuiness
Elenco: Johnny Weismuller, Maureen O'Sullivan, Niel Hamilton, Paul Cavanagh, Forrester Harvey
Duração: 104 minutos
Gênero: aventura

Sinopse: Harry Holt (Neil Hamilton), o ex-noivo de Jane (Maureen O’Sullivan), retorna à África, juntamente com um contrabandista, para conseguir marfim e se vingar de Tarzan, que tomou-lhe a noiva. Após vários dias enfrentando perigos, ele reencontra Jane.

O trailer tinha um efeito perfeito, já que apresentava o filme como uma fábula que une às famílias. Quanto ao enredo, mostrava Jane colocando à prova seu amor por Tarzan, já que o ex- noivo vinha para mostrar todos os confortos da civilização que ele estava deixando de lado.

E POR FALAR NISSO...

A cena do rio provava que Tarzan, apesar de selvagem, j tinha aprendido a ´bancar o cavalheiro com sua dama. E Weismuller mostra por quee foi campeão americano de natação. A nudez quase total dos dois atores era avançada para os padrões da época.

Escravos do Desejo

FICHA TÉCNICA
Título original: Of Human Bondage
Estados Unidos
preto e branco
Direção: John Cromwell
Roteiro: Lester Cohen
Elenco: Leslie Howard, Bette Davis, Frances Dee, Kay Johnson, Reginald Denny
Duração: 83 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Philip Carey é um respeitável médico inglês, que tem um defeito físico, e se apaixona perdidamente por Mildred Rogers, uma garçonete amoral. Porém, ela o abandona sem explicações para casar com um vendedor.

Escravos do Desejo foi o filme que transformou Bette Davis em estrela. Na pele da vulgar Mildred, ela dava um show e começou a se especializar em megeras. A personagem voltava grávida a procurar o médico e ele a aceitava. O texto é baseado num romance famoso de Somerset Maugham.

E POR FALAR NISSO...

Os tristes amores mostrados pelo drama combinam muito bem com a canção escolhida para o clipe: Love Will Tear Us Apart, na interpretação dolorida do Joy Division.

Uma Sombra que Passa

FICHA TÉCNICA
Título original: Death Takes a Holiday
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Mitchell Leisen
Roteiro: Maxwell Anderson e Gladys Lehmann
Elenco: Fredric March, Evelyn Venable, Guy Standing, Katharine Alexander, Gail Patrick
Duração: 79 minutos
Gênero: romance

Sinopse: A morte encarna no príncipe Sirki para descansar no final de semana e ver a vida como uma pessoa comum. Ela escolhe passar três dias na corte de Duque Lambert em meio aos convidados e atrai a atenção das mulheres, que se afastam do príncipe à medida que sentem sua real natureza.

A fantasia contava com Fredric March na pele do príncipe que habita a morte. O roteiro foi considerado um pouco ousado para os padrões da época. Muito mais tarde, nos anos 90, outro belo ator, Brad Pitt, fez o papel da morte em Encontro Marcado.

E POR FALAR NISSO...

Clipe em tributo a Fredric March, ao som de Sexy Thing. No filme, a cena de baile tem uma versão da Valsa Triste (Sad Waltz), de Jean Sibelius, na suite Kuolema. Tema bastante apropriado e de efeito elegante.

Cleópatra

FICHA TÉCNICA
Título original: Cleopatra
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Cecil B. DeMille
Roteiro: Waldemar Young e Vincent Lawrence
Elenco: Claudette Colbert, Warren William, Henry Wilcoxon, Ian Keith, Robert Warwick
Duração: 100 minutos
Gênero: épico

Sinopse: A história da rainha egípcia que seduziu um imperador e um comandante do Império Romano, César e Marco Antonio.

O trailer do filme é todo centrado na figura do diretor, o épico Cecil B. DeMille. O estilo grandioso era típico de DeMille. Foi foi indicado para o Oscar nas categorias filme, diretor assistente, edição e mixagem de som. Venceu em fotografia para Victor Millner.

E POR FALAR NISSO...

Cleópatra morre, injetando nos seios o veneno de uma pequena cobra. Claudette Colbert estava no auge em 1934, ano em ganhou o Oscar de melhor atriz. Mas não por esse filme e sim pela comédia Aconteceu Naquela Noite. A Rainha do Nilo teve estrelas marcantes na interpretação: Pola Negri viveu no cinema mudo e Elizabeth Taylor nos anos 60.

O Pão Nosso

FICHA TÉCNICA
Título original: Our Daily Bread
Estados Unidos
preto e branco
Direção: King Vidor
Roteiro: Vidor, Elizabeth Hill e Joseph Mankiewicz
Elenco: Karen Morley, Tom Keene, Barbara Pepper, Addison Richards, John Qualen
Duração: 80 minutos
Gênero: drama

Sinopse: John e Mary, atingidos pela crise financeira, se envolvem numa empreitada fantástica: a criação de uma fazenda comunitária com outros desvalidos do sistema.

Uma raridade em cena de filme americano. O final de O Pão Nosso, com a comemoração das famílias de camponeses elo sucesso da fazenda em que plantam milho, parece ter um tom socialista. Independente disso, emociona. E bastante.

E POR FALAR NISSO...

O grande diretor King Vidor, autor de O Pão Nosso, fala da transição do cinema mudo para o falado, período que pegou. A cena faz parte do documentário A Journey Through Martin Scorsese Through American Movies.

Era uma Vez Dois Valentes

FICHA TÉCNICA
Título original: Babes in Toyland
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Gus Mein e Charley Rogers
Roteiro: Glen MacDonough e Frank Butler
Elenco: Stan Laurel, Oliver Hardy, Charlotte Henry, Felix Knight, Henry Brandon
Duração: 77 minutos
Gênero: comédia

Sinopse: Ollie e Dum tentam pedir dinheiro emprestado ao patrão, um fabricante de brinquedos, para pagarem a hipoteca de um sapato e se livrarem das garras de um bandido.

A ideia de ambientar a comédia de O Gordo e o Magro numa fábrica de brinquedos foi perfeita, já que os dois assumiram o papel de espécies de duendes e garantiram a adesão do público infantil. Tanto que foi um dos maiores sucessos da dupla. E o gordo continua sendo vítima das brincadeiras.

E POR FALAR NISSO...

O filme também tinha sequências com bonecos, como essa com um gato gordo tocando violino e um rato maluco. Detalhe que o rato é a cara do Mickey.

Vale a Pena Viver

FICHA TÉCNICA
Título original: Little Man, What Now?
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Frank Borzage
Roteiro:  William McGuire
Elenco: Margaret Sullavan, Douglass Montgomery, Alan Hale, Catherine Doucet, deWitt Jennings
Duração: 91 minutos
Gênero: drama

Sinopse: O jovem casal Emma (Margaret Sullavan) e Hans (Douglass Montgomery) luta contra a pobreza. Para conseguir um emprego, Hans mente que é solteiro, pois seu chefe não contrata homens casados. Mas ele é descoberto e demitido, obrigando o casal a se mudar para a casa da madrasta, uma espécie de bordel.

O clipe é uma análise de filmes que falam sobre a Depressão de 1929. Os personagens de Margaret Sullavan e Douglass Montgomery passam boa parte do tempo em trânsito, à procura de novas oportunidades. Na história, Emma se casa grávida, fato que só era aprovado antes da criação da Legião da Decência.

E POR FALAR NISSO...

O clipe é um tributo a Margaret Sullavan, atriz que não apareceu tanto em cena (fez apenas 22 filmes), mas conta com muitos admiradores por causa da classe em cena. Ficou famosa por seu encontro com James Stewart em A Loja da Esquina, que inicia o clipe. O música é O Califa, de Ennio Morricone.

Juiz Priest

FICHA TÉCNICA
Título original: Judge Priest
Estados Unidos
preto e branco
Direção: John Ford
Roteiro: Dudley Nichols e Lamar Trotti
Elenco: Will Rogers, Tom Brown, Anita Louise, Henry Walthall, David Landau
Duração: 80 minutos
Gênero: drama

Sinopse: O juiz William Priest, um orgulho dos confederados veteranos, usa do bom senso e humanidade consideráveis para fazer justiça em uma pequena comunidade norte-americana.


A cena define bem como é o personagem de Will Rogers. Enquanto trabalha, aparece a empregada negra entoando hinos. Ele poderia reclamar, mas acaba cantando junto com ela.

E POR FALAR NISSO...

Outra cena é mais polêmica, mostrando dois tipos de comportamento. A empregada, vivida por Hattie McDaniel (a primeira negra a ganhar o Oscar, cinco anos depois, por E o Vento Levou) é mais positiva, enquanto Jeff (vivido por Stepin Tetchit) é mais irresponsável.


A Dona de Tudo

FICHA TÉCNICA
Título original: La Signora di Tutti
Itália
preto e branco
Direção: Max Ophuls
Roteiro: Curt Alexander e Salvatore Gotta
Elenco: Isa Miranda, Memo Benassi, Tatyana Pavlova, Friederich Bencher, Franco Coop
Duração: 97 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Gaby é expulsa do colégio depois que um professor casado comete suicídio por afirmar que não consegue viver sem ela. Mesmo inocente, é a moça que paga pelo fato.

A trama tem uma sequência na ópera, fundamental para os dramas pesados estrelados por Isa Miranda. O diretor é o alemão Max Ophuls, que coloca elegância e evita o exagero.

E POR FALAR NISSO...

O vídeo fala sobre a vida de Isa Miranda, mostra sua casa cheia de retratos dela mesma e de fotos de seus filmes, incluindo La Signora di Tutti. A atriz foi uma das mais importantes da Europa entre os anos 30 e 50 e participou ativamente do cinema no período fascista.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Os Miseráveis

FICHA TÉCNICA
Título original: Les Misérables
França
preto e branco
Direção: Raymond Bernard
Roteiro: Bernard, baseado no romance de Victor Hugo
Elenco: Harry Baur, Charles Vanel, Paul Azais, Max Derlee, Charles Durlin
Duração: 281 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Um ex-prisioneiro, Jean Valjean, considerado homem perigoso, volta à França com falsa identidade. Após encontrar o padre Miriel, ele se transforma em outro homem, que vai entrar na vida de Cosette passando a ser seu protetor.

A produção tinha longa duração (quase cinco horas) e também muita ambição, ao adaptar para a tela uma das mais expressivas obras da literatura francesa. O drama de Victor Hugo só perde para os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, em número de filmes: foram 20 filmes e no final de 2012 estreia mais um, com Hugh Jackman e Russel Crowe. A música é Epitaph, com King Crimson.

E POR FALAR NISSO...

A versão de 1998 teve Liam Neeson na pele de Jean Valjean. O elenco competente também trazia Geoffrey Rush e Uma Thurman. Teve direção do sueco Bille August e uma repercussão mediana.

Zouzou

FICHA TÉCNICA
Título original: Zouzou
França
preto e branco
Direção: Marc Allegret
Roteiro: G. Abatino e Carlo Rym
Elenco: Josephine Baker, Jean Gabin, Pierre Larquey, Yvette Lebon, Illa Meery
Duração: 92 minutos
Gênero: musical

Sinopse: Zouzou é uma cantora de cabaré que tenta ajudar um velho amigo, acusado de assassinato, a provar sua inocência.

Josephine Baker canta Haiti em cena. O filme era um veículo para ela, que estreava nas telas. Nascida nos Estados Unidos, em Saint Louis, ela começou a dançar em seu país, mas acabou fazendo carreira na Europa.

E POR FALAR NISSO...

O número mais famoso de Josephine Baker era o da Banana Dance. O vídeo raro mostra uma apresentação no Follies Bergères, de Paris, em 1927.

Dada em Penhor

FICHA TÉCNICA
Título original: Little Miss Marker
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Alexander Hall
Elenco: Shirley Temple, Adolphe Menjou, Dorothy Dell, Charles Bickford, Lynne Overman
Duração: 90 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Menina é dada pelo pai como garantia de uma aposta de corrida de cavalos. Perdida a aposta, a criança passa a viver na casa de um magnata ranzinza, dono da banca de apostas.

Clipe com a canção Laugh You Son a Gun. Primeiro filme estrelado por Shirley Temple, a menina prodígio que dominou Hollywood na segunda metade dos anos 30. Aqui o momento é bem meigo, com Dorothy Dell cantando para a garota, assustada com a nova casa, poder dormir.

E POR FALAR NISSO...

Clipe em tributo a Shirley Temple, com a canção Tomorrow. Na trama, o novo "pai" da menina Mark, interpretado por Adolphe Menjou, tenta contar histórias para ela, mas só que tem em mãos é um jornal. O filme foi enorme sucesso e criou o fenômeno Shirley Temple.

Uma Dama do Outro Mundo

FICHA TÉCNICA
Título original: Belle of the Nineties
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Leo McCarey
Roteiro: Mae West
Elenco: Mae West, Roger Pryor, Johnny Brown, Katherine DeMille, John Miljan
Duração: 73 minutos
Gênero: comédia

Sinopse: Um boxeador se apaixona por Ruby, uma famosa artista de Saint Louis. O romance dos dois é atrapalhado por Ace Lamont, um vigarista, que está querendo tomar as jóias da dama.

A breve cena mostra Mae West do jeito que gosta: cercada de homens, de várias idades, por todos os lados. A produção também tinha a romântica canção My Old Flame, acompanhada pela orquestra de Duke Ellington. Quem disse que ela não tinha um lado chique?
E POR FALAR NISSO...

 Clipe em tributo a Mae West, ao som de Light My Fire. Outro número musical de destaque da comédia é Memphis Blue, no palco, e com elegante vestido preto. Depois da perseguição da Liga da Decência, Mae pegava mais leve no roteiro, menos escandaloso que os anteriores.

Vencido pela Lei

FICHA TÉCNICA
Título original: Manhattan Melodrama
Estados Unidos
preto e branco
Direção: W.S. Van Dyke e George Cukor
Roteiro: Oliver Garrett e Joseph Mankiewicz
Elenco: Clark Gable, Myrna Loy, William Powell, Leo Carrilo, Nat Pendleton
Duração: 93 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Jim Wade e Edward "Blackie" Gallagher são amigos de infância que seguem caminhos distintos. Gallagher se torna um jogador e gângster, enquanto Wade é eleito promotor, devido à sua integridade, e se candidata a governador.

O roteiro era fiel ao título e não tinha medo do melodrama. Myrna Loy era Eleanor, que fica dividida entre os dois amigos. Apesar de amar Blackie, se casa com Wade. Já o dilema de Wade é maior: ele acusa Blackie de assassinato, sem saber que o amigo cometeu o crime para ajudá-lo.

E POR FALAR NISSO...

Um número de night club do filme acabou contando com Blue Moon, música que passou a ser mais conhecida a partir dali e hoje é uma das mais famosas do cancioneiro americano. Cedida pelo autor, Lorenz Hart, foi interpretada por Shirley Ross.


A Casa Rotschild

FICHA TÉCNICA
Título original: The House of Rotschild
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Alfred Werker
Roteiro: Nunnalu Johnson
Elenco: George Arliss, Loretta Young, Boris Karloff, Robert Young, Arthur Byron
Duração: 88 minutos
Gênero: drama

Sinopse: A história da ascensão do império financeiro Rothschild, fundado por Mayer Rothschild e continuado por seus cinco filhos. De origens humildes, o negócio cresce e ajuda a financiar a guerra contra Napoleão.

O drama fazia uma biografia romanceada de uma das mais importantes (e influentes) famílias americanas. Na cena, Boris Karloff, de folga de seus personagens de terror, vive o Conde Ledrantz, que conta a saga do núcleo familiar.

E POR FALAR NISSO...

O vídeo define a família Rotschild como a mais poderosa dinastia do planeta. Há estimativa de que eles controlam um trilhão de dólares. A história começa em 1740, quando o patriarca, Aymar, mandou os cinco filhos para bancos influentes da Europa.

Mulheres e Música

FICHA TÉCNICA
Título original: Dames
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Ray Enright e Busby Berkeley
Roteiro: Delmer Daves
Elenco: Joan Blondell, Dick Powell, Ruby Keeler, Zasu Pitts, Hugh Herbert
Duração: 91 minutos
Gênero: musical

Sinopse: Ezra (Hugh Herbert) é um excentrico milionário que deseja fazer uma campanha nacional contra o que ele considera espetáculos escandalosos e quer ter certeza de que sua herança irá para parentes decentes. Ele descobre que Jimmy (Dick Powell), um parente seu, está ensaiando um espetáculo desses com Barbara (Ruby Keeler).

A comédia musical marcou a parceria do coreógrafo Busby Berkeley na direção com Ray Enright. O elenco trazia nomes habituais no gênero e Dick Powell intepretava I Only Have Eyes For You, ao lado de Ruby Keeler. A canção virou um clássico e tem regravações até hoje.

E POR FALAR NISSO...

O coreógrafo (e também diretor) Busby Berkeley dava asas à imaginação em números grandiosos, que contavam com centenas de integrantes. Era a sua marca registrada.


As Aventuras de Cellini

FICHA TÉCNICA
Título original: The Affairs of Cellini
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Gregory La Cava
Roteiro: Bess Meredyth
Elenco: Fredrich March, Constance Bennett, Frank Morgan, Fay Wray, Vince Barnett
Duração: 80 minutos
Gênero: drama histórico

Sinopse: Filme baseado na vida do artista renascentista e político Benvenuto Cellini. Escultor do século 16 corteja a bela duquesa de Florença, ignorando a presença do Duque.

A cena entre Fredric March (Cellini) e Fay Wray (Angela) mostra que "um amor e uma cabana" não era nem de longe o lema da moça. March forçava um pouco no sotaque tipo italiano e a direção procurava dar um estilo mais satírico à história.

E POR FALAR NISSO...

Quando apareceu em As Aventuras de Cellini, Fay Wray escureceu os cabelos, pois ainda era lembrada como a loira de King Kong, de 1933. Fay teve uma longa vida, até 2004, quando morreu com 96 anos. Apareceu em 118 filmes. A música é My Heart Will Go On, com Celine Dion.

A Noiva Feliz

FICHA TÉCNICA
Título original: The Gay Bride
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Jack Conway
Roteiro: Charles Frances e Bella Spewack
Elenco: Carole Lombard, Chester Morris, Zasu Pitts, Leo Carrillo, Sam Hardy
Duração: 80 minutos
Gênero: comédia

Sinopse: Mary, uma dançarina, se envolve com o contrabandista Magiz. Mas os negócios começam a ir pelo ralo quando a proibição de bebidas é revogada. Então, Magiz é derrubado por uma gangue rival. Logo o romance também irá por água abaixo.

Na breve cena, Mary comenta, no camarim, sobre seu romance. Carole Lombard era uma estrela em ascensão quando foi escolhida para o papel, mas acabou fazendo sucesso mesmo ao interpretar mulheres divertidas e sofisticadas. Jean Harlow chegou a ser cogitada para a personagem.

E POR FALAR NISSO...

Clipe em homenagem a Carole Lombardi, outra loira trágica de Hollywood. Ela morreu em 1942, aos 33 anos, vítima de um acidente aéreo em Nevada. Há imagens de grandes sucessos da atriz que nasceu em 1909 com o nome de Jane Alice Peters. Além de The Gay Bride, há Nada é Sagrado e Um Casal do Barulho, entre outros. A música é Bridges and Balloons, com Joanna Newson.


O Véu Pintado

FICHA TÉCNICA
Título original: The Painted Veil
Estados Unidos
preto e branco
Direção: Richard Boleslawski
Roteiro: John Meeha, Salka Viertel e Edith Fitzgerald
Elenco: Greta Garbo, Herbert Marshall, George Brent, Warner Oland, Jean Hersholt
Duração: 85 minutos
Gênero: romance

Sinopse: Um casal se casa por motivos errôneos e muda-se posteriormente para uma cidade chinesa, por causa do trabalho domarido, que é médico. Lá, com o casamento desgastado, Katryn conhece Jack, que se tornará seu grande amor.

Baseada num romance de Somerset Maugham, a história colocava Garbo na pele de uma mulher indecisa e que não entende o sacrifício do marido, completamente apaixonado por ela. A estrela, no auge da beleza, é homenageada pelo clipe ao som de Clair de Lune, de Claude Debussy.

E POR FALAR NISSO...

O filme foi refeito em 2006 e ganhou o título brasileiro de O Despertar de Uma Paixão. Naomi Watts era Kathy e Edward Norton o marido. Durante as filmagens, Naomi se apaixonou por Liev Schreiber, que faz o amante, e se casou com ele. A música é Antebellum, com Vienna Teng.

Coração de Apache

FICHA TÉCNICA
Título original: Liliom
França
preto e branco
Direção e roteiro: Fritz Lang
Elenco: Charles Boyer, Madeleine Ozeray, Florelle, Pierre Aucover, Robert Arnoux
Duração: 118 minutos
Gênero: romance

Sinopse: Liliom (Charles Boyer) é um malandro que sobrevive de pequenos empregos. Quando a namorada fica grávida, resolve mudar de vida.

O roteiro do filme de Fritz Lang não era tão óbvio quanto supõe a sinopse. Acontece que Liliom decide entrar para o mundo do crime. Durante um assalto, para não ser preso, prefere se matar. É no plano superior que a história continua, com o rapaz precisando pagar seu karma terreno.

E POR FALAR NISSO...

Nessa entrevista a Martin Scorsese, Fritz Lang filosofa sobre a violência no cinema. O ano de 1934 marcou uma virada na vida dele, que saiu da Alemanha. Acontece que Adolph Hitler e seu ministro da propaganda, Joseph Goebells queriam coptar Lang e sua mulher e escritora, Thea von Harbou. Ela aceitou. Lang fugiu e se divorciou. Liliom foi seu único filme realizado na França.

O Gato e o Violino

FICHA TÉCNICA
Título original: The Cat and the Fiddle
Estados Unidos
preto e branco
Direção: William K. Howard
Elenco: Ramon Novarro, Jeanette MacDonald, Frank Morgan, Charles Butterworth, Jean Hersholt
Duração: 88 minutos
Gênero: musical

Sinopse: Em Bruxelas, dois jovens compositores, Victor Floresceu (Ramon Novarro) e Shirley Sheridan (Jeanette McDonald), dividem uma pensão. O tempo passa, e a convivência entre os dois faz com que eles passem a cultivar um romance.

O clipe tem cenas colorizadas por computador. O musical marcou a ascensão de Jeanette e o recomeço de Navarro, que havia sido galã de Greta Garbo na época do cinema mudo. Como em quase todo filme sobre casal de artistas, um deles (no caso ela) faz mais sucesso e provoca uma crise no parceiro.

E POR FALAR NISSO...

Na breve cena, Jeanette mostra um lado menos lírico, cantando She Didn't Say Yes. Detalhe para o corinho de "patati patatá" que a acompanha.

Estratégia de Mulher

FICHA TÉCNICA
Título original: Evelyn Prentice
Estados Unidos
preto e branco
Direção: William K. Howard
Roteiro: Lenore Coffee
Elenco: William Powell, Myrna Loy, Una Merkel, Rosalind Russell, Isabel Jewell
Duração: 79 minutos
Gênero: drama

Sinopse: Evelyn Prentice, a desprezada esposa de um advogado, começa a ter um caso, mas o sujeito passa a chantagear o marido.

O drama era veículo para a dupla William Powell e Myrna Loy, atores que trabalharam juntos durante muitos anos mas nunca foram casados na vida real.  Também marcou a estreia de Rosalind Russell nas telas, ela era a outra ponta desse quadrado amoroso.

E POR FALAR NISSO...


O alívio cômico em meio ao drama era dado pela personagem de Una Merkel, que fingia ser francesa. O filme deu azar de estrear apenas algumas semanas após a divulgação do chamado Código Hays, que estabelecia normas de conduta para as produções cinematográficas. Acabou sendo acusado de "promover o adultério" em seu enredo.

Névoa de Mistério

FICHA TÉCNICA
Título original: Fog Over Frisco
Estados Unidos
preto e branco
Direção: William Dieterle
Roteiro: Robert Lee e George Dyer
Elenco: Bette Davis, Donald Woods, Margaret Lindsay, Lyle Talbot, Arthur Byron
Duração: 68 minutos
Gênero: policial

Sinopse: Valkyr (Margaret Lindsay) descobre que sua mimada irmã Arlene (Bette Davis) está saindo com gangsters. Após o sumiço de Arlene, Valkyr vai atrás da irmã para descobrir o que lhe aconteceu e acaba sendo sequestrada.

A cena mostra Arlene contando uma história para um de seus amiguinhos, tudo com a intenção de tirar dinheiro dele. Ou seja, depois de um início interpretando personagens certinhas, Bette Davis finalmente começava a ser... Bette Davis.

E POR FALAR NISSO...

Bette Davis estava com tudo naquele ano. Névoa de Mistério nem foi seu maior sucesso, posto que coube a Escravos do Desejo. Mas ela também atuou na comédia Modas de 1934 e contracenou com James Cagney em Jimmy the Gent, como mostra essa cena. Poderosa!